Nesta quinta-feira (24), em celebração ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite, o Ministério da Saúde reforça suas ações de conscientização para alertar sobre a importância da vacinação e da vigilância epidemiológica no combate a essa grave doença. O objetivo é reafirmar o compromisso de manter o Brasil livre da pólio, além de destacar as ações necessárias para a prevenção.
O Brasil enfrentou um alto índice de poliomielite entre 1968 e 1980, com 25.183 casos confirmados. Em 1980, o país iniciou a vacinação em massa, resultando na drástica redução da doença. Mesmo assim, até 1989, ainda foram detectados 1.644 casos, sendo o último registrado nesse ano. Em 1994, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o Brasil livre da poliomielite.
Apesar dos esforços internacionais, a poliomielite continua endêmica em dois países, Afeganistão e Paquistão, onde ainda há registro de casos recentes. Nesse contexto, a vacinação de todas as crianças menores de 5 anos é crucial, pois a única forma de prevenção da pólio é por meio da imunização.
O impacto da poliomielite
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos. Em casos graves, a doença pode causar paralisia nos membros inferiores e até levar à morte. A médica aposentada Maria da Glória Carneiro da Silva, que teve poliomielite aos 18 meses, na década de 1950, reforça a importância da vacinação.
“A pólio causou paralisia na minha perna direita, e até hoje eu sofro com as sequelas. Passei por nove cirurgias e enfrentei muitas dificuldades físicas e emocionais. Meu conselho é claro: vacinem suas crianças. A pólio é uma doença cruel, e a única forma de evitar que ela volte ao Brasil é por meio da imunização”, alerta Maria da Glória.
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Mudanças no esquema vacinal
A partir de 4 de novembro, o Ministério da Saúde implementará mudanças no esquema vacinal contra a pólio. As doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) serão substituídas pela vacina inativada poliomielite (VIP), administrada de forma injetável. O novo esquema prevê três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de uma dose de reforço aos 15 meses. A mudança alinha o Brasil às práticas de países como os Estados Unidos e nações europeias.
Zé Gotinha permanece em ação
Mesmo com o fim da vacinação oral, o personagem Zé Gotinha continuará como símbolo da imunização no Brasil. Criado nos anos 1980, ele se tornou um ícone na luta contra a poliomielite e outras doenças preveníveis por vacina, como o sarampo.
“O Zé Gotinha segue sendo um importante aliado na conscientização e no combate às fake news, além de ser reconhecido pelo prêmio iBest deste ano como uma das figuras mais influentes do universo digital”, afirma Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI).
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Fonte: Diário do Caeté com informações do Ministério da Saúde