Pinduca e vestibular são palavras inseparáveis no Pará, graças ao sucesso da “Marcha do Vestibular”, canção composta pelo Rei do Carimbó em parceria com o professor Aluap de Lacran, e lançada pelo cantor em 1974. Ao primeiro “Alô, alô, alô, papai”, a emoção, tanto de quem passou quanto de quem vai precisar esperar o próximo ano, são disparadas na mesma hora. Não foi diferente nesta sexta-feira, 17, com o resultado do listão da Universidade Federal do Pará (UFPA). Neste sábado, 18, será a vez da Universidade Estadual do Pará (UEPA) divulgar os nomes dos seus aprovados.
No bairro da Cidade Velha, em Belém, na década de 70, Pinduca conheceu o professor Aluap de Lacran, que lhe apresentou algumas canções. “Ele me chamou em particular e disse que tinha umas músicas da cultura do carimbó. Aí eu pedi para ele cantar umas para mim lá no cantinho do Café Glória. Ele cantou uma meia dúzia, cantou essa Marcha do Vestibular e me interessei por ela”, relembra. “Aí perguntei: professor, ele era professor, o senhor pode ir lá em casa comigo e gravar num gravadorzinho? ”, convidou.
Escute a Marcha do Vestibular de Pinduca
Após alguns ajustes nos versos, com inserções sugeridas, a parceria foi finalizada. “Aqui em Belém é onde se comemora o melhor vestibular. Já fui contratado em vários estados para animar resultados de vestibular, já fiz até na Bolívia, mas não é como o nosso daqui”, completa Pinduca.
A primeira apresentação da canção ocorreu na época do carnaval, no mês de fevereiro, no Círculo Militar, frequentado por diversos estudantes da época. “Lá para as duas da manhã, no baile de carnaval, anunciei que ia mostrar a música para eles e se eles aprovassem, que viessem falar para mim. Quando terminou, cobriram em cima de mim, foi aquele bocado de gente dizendo para eu gravar a música”, lembra.
Para Pinduca, a emoção de escutar a música em todo vestibular é “indescritível”. “Fico emocionado de satisfação. Gosto muito. Acho legal porque são dias, momentos de muita alegria aqui dentro de Belém. É bonito. Quando estou disposto, costumo dar uma volta na cidade no meu carro pessoal para ver os aprovados. Às vezes me veem e querem jogar ovo, às vezes me acertam. É como se eu passasse no vestibular”, conta.