Nesta terça-feira, 8 de julho, o município de Bragança, uma das cidades mais antigas do Pará, comemorou seus 412 anos de existência com celebrações que reforçaram o orgulho de um povo marcado por ancestralidade indígena, herança portuguesa, fé popular e constante desenvolvimento. Conhecida como “Pérola do Caeté”, Bragança destaca a cada ano sua relevância histórica e cultural no cenário paraense.
A programação oficial do aniversário começou logo cedo, às 8h da manhã, com a tradicional Missa de Ação de Graças na Igreja da Vila Que Era — local simbólico, onde se acredita ter se iniciado a formação da cidade. Em seguida, foi realizada a partilha do bolo de aniversário com a população, momento de confraternização que simboliza a união dos bragantinos.
Fundada em 1613, às margens do rio Caeté, a cidade nasceu do encontro entre os indígenas apotiangas, da nação tupinambá, e os primeiros europeus que chegaram à região — possivelmente os franceses da expedição de Daniel de La Touche, o Senhor de La Ravardière. Desde então, Bragança se consolidou como um importante centro político, religioso e econômico do nordeste paraense.
Sua elevação à categoria de vila ocorreu em 1753, já sob domínio português, e a emancipação como cidade veio em 1854. Ao longo dos séculos, o município passou por reorganizações territoriais e demográficas, chegando hoje a mais de 123 mil habitantes distribuídos em uma área de 2.124 km².
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O legado de Bragança é vasto. O município abriga um dos mais ricos patrimônios históricos do Estado, com destaque para construções como a Igreja de São Benedito, datada do século XVIII, a Catedral de Nossa Senhora do Rosário e o Instituto de Santa Teresinha. O centro histórico da cidade guarda preciosidades arquitetônicas, com casarões coloniais e o Museu de Arte Sacra, que preserva acervos religiosos de grande valor.
Mas Bragança é também terra de cultura viva. A cidade é berço da Marujada de São Benedito, manifestação religiosa e folclórica reconhecida nacional e internacionalmente. Celebrada em 26 de dezembro, a festa reúne centenas de marujos e marujas em homenagem ao santo preto, símbolo da resistência e da fé do povo bragantino. É nessa ocasião que se dançam o retumbão, a valsa, a mazurca e o xote bragantino — expressões únicas da identidade cultural local.
A cidade também é conhecida por sua gastronomia típica, com destaque para a tradicional farinha d’água — considerada uma das melhores do país — e por suas belezas naturais, como a Praia de Ajuruteua, que combina paisagens exuberantes, natureza preservada e uma comunidade ribeirinha acolhedora.
Bragança chega aos seus 412 anos olhando para o futuro sem esquecer suas raízes. O município avança com investimentos em infraestrutura, saúde, educação e cultura, ao mesmo tempo que mantém vivo o orgulho de sua história. Em cada rua, em cada tradição, há um capítulo da trajetória bragantina, escrita com o suor de seu povo e a força de sua fé.
Assista ao vídeo abaixo com imagens da missa e da comemoração do aniversário:
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Fonte: Diário do Caeté