Em uma decisão que agitou o cenário internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva aplicando uma tarifa de 50% sobre a maioria dos produtos importados do Brasil. A medida, segundo o governo norte-americano, visa “proteger a indústria e os empregos americanos”, mas provocou preocupação entre exportadores brasileiros.
Apesar do impacto generalizado, o decreto traz uma lista de exceções estratégicas, que poupa do aumento tarifário diversos itens relevantes da pauta exportadora brasileira. Entre os produtos que permanecerão isentos da nova tarifa estão a castanha-do-pará (também conhecida como castanha-do-Brasil), o petróleo bruto, aviões comerciais, minérios estratégicos e insumos farmacêuticos.
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Produtos isentos do tarifaço:
Castanha-do-Pará: Importante produto da região amazônica, com forte apelo ambiental e nutricional nos Estados Unidos, onde é considerada um superalimento.
Petróleo bruto: As importações norte-americanas de petróleo brasileiro, especialmente do pré-sal, cresceram nos últimos anos, tornando-se uma fonte relevante para refinarias do Golfo.
Aviões comerciais: Fabricados principalmente pela Embraer, os jatos regionais brasileiros têm forte presença nos Estados Unidos, sendo parte crucial da aviação regional norte-americana.
Minério de ferro de alta pureza: Insumo essencial para a indústria de aço e tecnologias de ponta.
Produtos farmacêuticos e princípios ativos: Utilizados por laboratórios americanos para produção de medicamentos.
Impactos da decisão
Especialistas apontam que, embora parte da exportação brasileira esteja protegida, setores como o agroindustrial, têxtil e metalúrgico podem sofrer com a nova taxação. Produtos como carnes processadas, sucos concentrados, calçados e partes de automóveis estão entre os mais afetados.
“O Brasil pode perder competitividade em nichos importantes no mercado norte-americano. Por outro lado, a exclusão de itens estratégicos indica que houve uma ponderação política e comercial do governo Trump”, avalia o economista Marcelo Lins, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Contexto da medida
A ordem executiva assinada por Trump faz parte de uma série de ações protecionistas que marcaram seu governo, especialmente durante períodos de desaceleração econômica e tensões comerciais com países em desenvolvimento. O Brasil, que tem nos EUA seu segundo maior parceiro comercial, vê com preocupação a escalada de barreiras tarifárias.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2024 o Brasil exportou cerca de US$ 38 bilhões para os Estados Unidos. Só a castanha-do-pará movimentou mais de US$ 120 milhões, com destaque para os estados do Pará, Acre e Amazonas.
Reações do governo brasileiro
Em nota, o Itamaraty afirmou que “lamenta a decisão unilateral do governo norte-americano” e que está em diálogo com autoridades de Washington para mitigar os efeitos da medida. O Ministério da Agricultura, por sua vez, garantiu apoio aos produtores afetados e prometeu buscar novos mercados alternativos.
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Fonte: Diário do Caeté