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Imagem: Reprodução/ David Alves / Ag Pará

Safra recorde e tarifa dos EUA pressionam mercado de açaí no Pará

O Pará é responsável por cerca de 95 % da produção brasileira de açaí, com aproximadamente 820 mil toneladas por ano, das quais cerca de 60 % ficam no estado, 30 % vão para outros estados e apenas 10 % são exportadas.

Com o início da safra de 2025, a oferta aumentou rapidamente, pressionando os preços pagos aos produtores. Apesar do maior volume de fruta disponível, a renda dos pequenos agricultores — muitos deles formais ou informais ribeirinhos — tende a cair, já que enfrentam maiores dificuldades de negociar e formalizar contratos.

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Tarifa de 50 % nos EUA: exportação sob ameaça

A partir de 1º de agosto de 2025, os Estados Unidos implementaram uma tarifa de 50 % sobre produtos importados do Brasil, incluindo toda a polpa de açaí, elevando a alíquota base em muitos casos para esse patamar.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), isso pode reduzir em cerca de US$ 5,8 bilhões por ano o faturamento das exportações agropecuárias brasileiras para os EUA, refletindo uma queda estimada de 48 % no volume exportado, frente aos US$ 12,1 bilhões de 2024. Embora o açaí não seja detalhado isoladamente neste cálculo, ela faz parte do amplo pacote agrícola afetado pela tarifa, junto com café, carne, suco de laranja e frutas frescas

Repercussões na cadeia do açaí

O aumento da produção interna no Pará reduz preços locais, mas reduz também a renda dos vendedores.

A tarifa adicional de 50 % imposta pelos EUA cria um obstáculo crítico para as exportações, potencialmente inviabilizando os mercados americanos.

A cadeia mais afetada será a dos pequenos produtores e comunidades tradicionais, com menor poder de negociação e estocagem.

Para manter a sustentação comercial, o setor precisará se adaptar rapidamente ou buscar outros destinos de exportação, o que demanda tempo e articulação diplomática.

Alternativas do governo e do setor privado

O governo brasileiro, em conjunto com exportadores, vem mapeando e prospectando novos mercados para redirecionar produtos afetados pela barreira dos EUA, como países da Ásia e Oriente Médio.
Ainda não há um plano específico para o açaí, mas a estratégia envolve diversificar destinos e acelerar acordos com importadores alternativos.

*É proibida a reprodução deste conteúdo

Fonte: Diário do Caeté

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