A Campanha Mundial de Amamentação 2025, celebrada de 1º a 7 de agosto, traz como mote principal “Priorizemos a Amamentação: Construindo Sistemas de Apoio Sustentáveis”. Promovida pela OMS, UNICEF, WABA e entidades parceiras, a iniciativa reitera que o aleitamento materno é mais que um direito — é uma das principais ferramentas de preservação da vida.
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Por que a amamentação é vital?
Apenas 48% dos bebês menores de seis meses recebem aleitamento materno exclusivo globalmente, índice ainda abaixo da meta de 70% prevista para 2030.
Estudos indicam que melhorar essa taxa salvaria mais de 820 mil crianças por ano, reduzindo doenças como diarreia, pneumonia e outras infecções em fases críticas da infância.
Além do impacto na sobrevivência infantil, o aleitamento exclusivo fortalece o desenvolvimento cognitivo, diminuindo riscos de obesidade, diabetes e alergias futuras.
Amamentação: um ato natural, seguro e sustentável
Além dos benefícios biológicos, amamentar também é ambientalmente responsável. Ao contrário do leite artificial — cuja produção demanda energia, água, embalagem e transporte — o leite materno é uma fonte natural, sem carbono e sem resíduo.
Segundo Dr. Surabhi Sangwai, do centro de lactação em Nagpur (Índia), “amamentar é uma prática de zero‑resíduo, zero‑carbono” que contribui para um futuro mais saudável tanto para as famílias quanto para o planeta.
A capacitação de profissionais de saúde ainda é limitada: apenas 20% dos países incluem treinamento sobre alimentação infantil nos currículos de médicos e enfermeiros, o que compromete o suporte oferecido às mães desde o parto até a pós-puerpério.
Políticas como licença-maternidade remunerada (mínimo de 18 semanas, idealmente seis meses ou mais), pausas para amamentar e estrutura adequada no trabalho são determinantes para manter a prática do aleitamento nas mães que retornam ao emprego.
O contexto no Brasil
No Brasil, a prevalência de amamentação exclusiva em bebês de até seis meses é de 45,8%, segundo o ENANI-2021 — um avanço significativo em relação aos 3% registrados em 1986. A duração média do aleitamento passou de cerca de 2,5 para 16 meses hoje, superando um ano de vida.
O Ministério da Saúde lançou um programa nacional para promover, proteger e apoiar a amamentação no SUS, além de investir R$ 4,8 bilhões em construção de maternidades e salas de amamentação, visando alcançar a meta de 70% até 2030.
A campanha destaca ainda o papel da Rede Global de Bancos de Leite Humano no país, que fortalece redes comunitárias de apoio às lactantes, com foco na equidade e sustentabilidade.
Amamentar é um ato natural, seguro e essencial para preservar a vida. A Campanha Mundial de Amamentação 2025 reforça que, com apoio adequado — das famílias, das instituições e das políticas públicas — é possível transformar cifras globais e brasileiras, salvando centenas de milhares de vidas e promovendo saúde, equidade e sustentabilidade.
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Fonte: Diário do Caeté