O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a colher o depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, em ação que investiga ações golpistas que podem tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. A oitiva será realizada por videoconferência na próxima quinta-feira, 16, às 10h, e Torres terá o direito de ficar em silêncio garantido.
O pedido foi feito pelo corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, e a ação investiga Bolsonaro por ataques ao sistema eleitoral realizados em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho do ano passado. Gonçalves quer ouvir Torres sobre seu eventual envolvimento na reunião e sobre as circunstâncias relativas à chamada minuta de golpe apreendida em sua casa pela Polícia Federal, que foi incluída como prova contra Bolsonaro na investigação.
Torres, que está preso no âmbito de outro inquérito sob relatoria de Moraes, também deve depor de forma privada à CPI sobre os atos golpistas na Câmara Legislativa do DF. Além disso, o coronel Eduardo Gomes da Silva e os servidores da Polícia Federal Ivo de Carvalho Peixinho e Mateus de Castro Polastro também serão ouvidos pelo TSE no mesmo dia, na sede do tribunal.
Investigação é a mais adiantada
Essa investigação é a mais avançada entre as 16 Ações de Investigação Eleitoral (Aijes) que tramitam contra Bolsonaro na Corte eleitoral, e os ex-ministros Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Carlos França, das Relações Exteriores, já foram ouvidos. O ex-secretário Torres será mais uma testemunha-chave para esclarecer o envolvimento do ex-presidente e pode influenciar na possibilidade de sua candidatura nas próximas eleições.