O Estado do Pará tem 2.489.406 milhões de pessoas inadimplentes, o que representa 39,79% da população do Estado, colocando os paraenses em 20ª lugar no ranking nacional de inadimplência. Os dados foram divulgados pelo Serasa nesta quarta-feira (26).
No total, a inadimplência registrou o terceiro mês de alta no País. O Mapa da Inadimplência e Negociações da Serasa mostra que o Brasil tem 70,71 milhões de pessoas com o nome negativado, sendo 200 mil novos inadimplentes. Em fevereiro, 430 mil pessoas ficaram com o nome sujo.
Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon PA/AP), Sérgio Melo, são várias as razões que têm contribuído para o aumento do endividamento no Brasil e no Pará.
“Certamente a desestabilização econômica causada pela pandemia de covid-19 teve um grande efeito no nível de inadimplência, dado que muitos negócios fecharam e muitos empregos foram perdidos. Só para ter uma ideia, no terceiro trimestre de 2020 a taxa de desemprego no Brasil atingiu 14,9% e 14,8% no primeiro trimestre de 2021, sendo que atualmente a taxa é de 8,6%”, considera o especialista.
As taxas de juros e inflação também são fatores importantes para justificar o endividamento do brasileiro. “Outra questão que tem muito impacto é alta da taxa básica de juros, atualmente 13,75% ao ano, e da inflação, principalmente dos alimentos e bebidas, a qual foi de 7,29% no acumulado de 12 meses até março de 2023, que levam ao desequilíbrio do orçamento familiar, fazendo com que as pessoas tenham dificuldade em pagar suas dívidas em dia”, explica Sérgio Melo.
De acordo com o Serasa, os bancos e cartões de crédito seguem como a principal razão da inadimplência, com 31,03% das dívidas. Na sequência, as contas básicas concentram 22,02% dos débitos e o varejo representa 11,29%.
Ao todo, o Brasil conta com mais de 258 milhões de dívidas, que, somadas, ultrapassam a quantia de R$ 334,5 bilhões em março. O valor médio das dívidas de cada inadimplente passou a ser de R$ 4.731,62 e os valores aproximados de cada dívida chegam a R$ 1.293,69.
Como limpar o nome
Apesar do crescimento da inadimplência no País, milhões de brasileiros têm se esforçado para limpar seus nomes na praça. A exemplo do Feirão Serasa Limpa Nome que apenas no mês de março, mais de 4,4 milhões de acordos foram fechados com descontos de até 99%.
“Em março, batemos o recorde de empresas parceiras, com mais de 500 instituições participantes, que concederam mais de R$ 13,7 bilhões em descontos em todo o país”, afirma Aline Maciel, gerente da plataforma Limpa Nome da Serasa.
O economista Sérgio Melo indica que, para começar a jornada contra a inadimplência é a educação financeira, a fim de observar quais gastos podem ser cortados e assim, traçar uma estratégia eficaz de pagamento das dívidas.
“Quando a pessoa está em um alto nível de endividamento, é recomendável que ela procure orientações de educação financeira para conseguir identificar o que gerou o descontrole financeiro. Assim, será essencial reduzir despesas desnecessárias ou supérfluas e criar uma reserva de emergência para situações imprevistas e evitar futuras dívidas”, aconselha.
Ele detalha também que algumas estratégias para organizar o orçamento, pagar os débitos e voltar a ter o nome limpo são: estabelecer um orçamento mensal detalhado, incluindo receitas e despesas e levantar todas as dívidas, incluindo valores, taxas de juros e prazos.
“Além disso, é importante priorizar o pagamento das dívidas com taxas de juros mais altas e que estão em atraso há mais tempo. É sempre recomendável também que o consumidor procure renegociar suas dívidas, entrando em contato com os credores e buscando condições mais favoráveis, como prazos estendidos e juros reduzidos, o que muitas vezes pode ocorrer em feirões ou campanhas de quitação de dívidas, com alto desconto”, finaliza Sérgio.
Fonte: Oliberal