A Federação Paraense de Futebol (FPF) entregou ao Ministério Público do Pará (MPPA) duas denúncias de jogos suspeitos de manipulação no Parazão 2023. A informação foi confirmada pelo presidente da entidade, Ricardo Gluck Paul, ao Núcleo de Esportes de O Liberal.
De acordo com o mandatário da Federação, as denúncias foram entregues na última terça-feira (16), durante uma reunião envolvendo membros da FPF e do MPPA. Gluck Paul disse que o encontro foi solicitado pela entidade que controla o futebol no estado.
“Queríamos cobrar o Ministério Público e entender como anda as investigações sobre possíveis crimes de manipulação de resultado no Pará. Temos todo o interesse em acelerar as coisas e passar logo um recado de que aqui estamos atuando forte para coibir esse crime”, disse Ricardo.
As investigações sobre possíveis manipulações de resultados no Parazão estão sendo coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPPA. Na reunião, o órgão disse que adotará, já neste ano, medidas de combate à atuação de grupos criminosos no futebol.
Uma dessas ações, antecipadas pelo presidente da FPF, é a criação de seminários sobre o tema. De acordo com Gluck Paul, o evento será realizado já na disputa da Série B do estadual, que começará no segundo semestre de 2023.
“Antes do início do torneio haverá um congresso híbrido – presencial e online – com todos os atletas e comissão técnica dos 20 clubes participantes da Série B do estadual. A presença de todos será obrigatória e constará no regulamento da competição. A ideia é trazer pro atleta a dimensão desse problema. Tem jogador que não faz ideia de onde está se metendo. Um crime como esse pode terminar em prisão e banimento do esporte”, finalizou.
Operação Penalidade Máxima
As investigações do MPPA se intensificaram após o Ministério Público de Goiás deflagrar uma nova fase da operação que apura denúncias de manipulação de jogos no futebol brasileiro. De acordo com informações publicadas pela revista Veja, o MP está investigando pelo menos 20 partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, além de confrontos dos estaduais ocorridos neste ano. Os jogos investigados envolvem apostas em lances como punições com cartões amarelo ou vermelho, além de pênaltis.
Segundo o MP, o grupo criminoso aliciava jogadores com propostas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos, como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e até atuar para a derrota do próprio time.
Os apostadores obtinham lucros altos em diversos sites de apostas, seja diretamente ou por meio de laranjas, diante dos resultados previamente combinados.
Fonte: Oliberal