Você já viu uma nota de R$ 200? Após quase três de lançamento, a cédula continua sendo a de menor circulação no território brasileiro, até mesmo superada pela nota de R$ 1, que deixou de ser produzida há 18 anos. A situação pode se agravar ainda mais devido a uma questão legal que busca determinar o destino da cédula que apresenta a figura do lobo-guará.
Com a dificuldade de ser encontrada, nota de maior escassez no sistema financeiro brasileiro tem sido alvo de uma ação civil pública desde o seu lançamento em 2020. Ela tem sido alvo de críticas por parte de associações que defendem os direitos das pessoas com deficiência visual.
A razão para isso está relacionada ao fato de que a adoção de tamanhos diferenciados para cada valor possibilita às pessoas com problemas de visão a distinção entre as cédulas e a nota de R$ 200 apresenta o mesmo tamanho físico da nota de R$ 20.
Por conta disso, a Organização Nacional de Cegos do Brasil acionou a Defensoria Pública da União para mover um processo contra o Banco Central. Foi pedido uma revisão das cédulas, que nunca chegou a ir para frente e continua sem definição. Em sua defesa, o BC diz que pessoas com deficiência visual têm a capacidade de identificar e distinguir a nova cédula através de uma marca tátil, um elemento em relevo que está presente em todas as notas do Real. No caso das notas de R$ 200, a marca tátil é representada por três linhas inclinadas, enquanto as notas de R$ 20 possuem duas linhas, todas em alto relevo.
A Defensoria Pública contesta que o relevo das notas tende a se desgastar, resultando em uma cédula que se torna praticamente “idêntica” à nota de R$ 20 para pessoas com deficiência visual grave. O processo tem como objetivo recolher as notas já em circulação e emitir novas notas com o tamanho apropriado, facilitando a diferenciação para aqueles com dificuldades visuais.
Baixa circulação
Somente 28,4% das cédulas de R$ 200 produzidas foram introduzidas na circulação pelo Banco Central. Esse montante equivale a 128,1 milhões de cédulas, totalizando um valor de R$ 25,6 bilhões. O restante das cédulas permanece armazenado nas instalações do Banco Central.
As notas foram emitidas e entregues ao BC em 2020, durante a pandemia, quando foram oficialmente lançadas. Desde então, nenhuma nova nota de R$ 200 foi impressa. Os R$ 25,6 bilhões em cédulas de R$ 200 correspondem a 8% de todo o valor em espécie que circula no país, de R$ 323,8 bilhões, atrás somente das cédulas de R$ 50 e R$ 10.
Embora seja uma parcela pequena, a contribuição da cédula na economia brasileira é considerada satisfatória pelo Banco Central, como afirmou a autarquia ao portal Terra. “O ritmo de utilização da cédula vem evoluindo em linha com o esperado, e deverá seguir em emissão ao longo dos próximos exercícios”, disse.
Problema de falsificações
Embora tenha baixa circulação, as cédulas de R$ 200 são alvo preferifo dos falsificadores. De acordo com os dados do Banco Central, até abril deste ano, foram apreendidas 13.609 notas falsificadas de R$ 200, somando um valor de mais de R$ 2 milhões. Este número só perde para a quantidade de falsificações da nota de R$ 100, que teve 21 mil unidades apreendidas no mesmo período.
Todos os itens de segurança para verificar a autenticidade da cédula estão disponíveis no site do Banco Central.
Fonte: Oliberal