Há pelo menos sete anos, mais da metade das crianças Yanomamis de até 5 anos estão abaixo ou muito abaixo do peso considerado adequado para a idade. Em 2022, a taxa de desnutrição no grupo era de 52,2%, após um pico em 2021, quando 56,5% dos pequenos indígenas estavam com algum déficit de peso.
O índice não representa a totalidade das crianças da etnia, mas aquelas que foram atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SasiSUS), acompanhadas pela Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN).
Após o atendimento, essas crianças são cadastradas para monitoramento e avaliação das ações de saúde a serem realizadas pelas equipes multidisciplinares voltadas para saúde indígena.
Os dados são do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena do Ministério da Saúde, e foram fornecidos ao G1 via Lei de Acesso à Informação.
Desmonte na saúde
A população da etnia sofre uma grave crise humanitária, ocasionada pelo crescimento da atividade garimpeira dentro das próprias terras. Pelo menos mil indígenas da etnia foram resgatados para atendimento médico emergencial, com quadros graves de desnutrição e malária.
A situação no território é considerada grave pelo Ministério da Saúde. Em 20 de janeiro, o governo federal decretou Estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na região.
Relatório das atividades da pasta no território também apontam uma queda de 80% para 53% na cobertura vacinal dos indígenas, nos últimos quatro anos. A taxa de mortalidade entre bebês Yanomamis atingiu 114,3 a cada mil nascimentos em 2020, patamar 10 vezes maior que a média brasileira.
Fonte: Metrópoles