O Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sieds) apresentou, nesta terça-feira (24), os procedimentos adotados, a partir da prisão de 271 integrantes de torcidas organizadas, que se confrontaram antes da partida realizada, na última segunda-feira (23), entre Paysandu e Sport Recife, pelo Campeonato Brasileiro Série B, em Belém.
Durante coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), o secretário Ualame Machado destacou as ações destinadas a conter os confrontos e as medidas já definidas para coibir ações criminosas dentro dos estádios.
“Há um ano, criamos um comitê dentro do Conselho de Segurança Pública do Estado, com a presença das polícias e Ministério Público do Estado, para que pudéssemos monitorar essas ‘autodenominadas’ torcidas organizadas, e pudéssemos acompanhar as atividades delas. Sabemos que temos duas grandes torcidas organizadas no Pará, uma do Remo e uma do Paysandu, que foram oficialmente extintas pelo Judiciário, e elas se recriaram com outro CNPJ. Entendemos que as organizadas são tipos de agremiações que dão força ao clube, mas infelizmente, e pontualmente, pouquíssimas delas, ao invés de serem torcidas organizadas, praticam o crime organizado”, afirmou o secretário.
Ualame Machado reforçou ainda os mandados e medidas previamente providenciados para impedir que esse tipo de organização possa adentrar aos estádios, em dias de partidas. “Sabemos que a ideia desse tipo de grupo não é o de apoiar o time, visto que eles acabam prejudicando. Nós já vínhamos aplicando punições às torcidas, de não frequentar estádios, de não levar adereços, bandeiras, além de diversas outras punições, a exemplo de procedimentos flagranciais por rixas e perturbação do sossego. Porém, desde o episódio de ontem, tomaremos medidas mais drásticas, para que episódios lamentáveis como esse não venham a ocorrer, pois se tratam de ações criminosas, onde esses tipos de grupos passarão a ser tratados dessa forma pelas forças de segurança do Estado”, reforçou.
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Policiamento – O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior, destacou a ação imediata da Polícia Militar, que resultou na prisão de mais de 200 pessoas. “Entendemos que a ação de ontem foi exitosa em termos de prevenção. Não tivemos nenhum óbito, e a atuação das forças de segurança propiciaram a prisão maciça desses elementos, que estão agora à disposição da Justiça. Em um evento como esse, o policiamento começa 24 horas antes, justamente no aguardo da chegada dessas torcidas. Sabemos o horário que vão chegar, fazemos a escolta deles até o hotel ou o local em que ficam alojados, que é para evitar esse tipo de confronto. Infelizmente, ocorreu esse tipo de situação ontem, mas as nossas polícias deram a resposta esperada e imediata para esse caso, contendo atos que poderiam resultar em algo mais grave”, informou o comandante-geral da PM.
O delegado-geral de Polícia Civil, Walter Resende, falou sobre os procedimentos imediatos para conter os confrontos, além das operações executadas pela Polícia Civil na busca de foragidos, ligados a torcidas organizadas. “Estamos agindo de forma célere, e já dando cumprimento a mandados, que resultaram ainda na manhã de hoje na prisão de envolvidos em torcidas organizadas, acusados de homicídios, com o objetivo de combater esse tipo de ação. Ontem, nossas equipes autuaram em flagrante mais de 200 pessoas dentro dos crimes de lesão corporal, corrupção de menores, associação criminosa, o que permitiu que fossem encaminhados para o Sistema Penitenciário”, disse Walter Resende.
Medidas e prisões – O Sistema de Segurança Pública, de forma integrada, já estabeleceu medidas e punições para as torcidas que cometem atos ilícitos e criminosos, dentro e fora dos estádios, a exemplo das torcidas organizadas “Maior do Norte” e “Torcida Bicolor”, que já cumprem as medidas, como impedimento de participação nos jogos, de estarem caracterizadas e portarem adereços das torcidas, como faixas, bandeiras e demais instrumentos, ao entrarem nos estádios.
Foram detidas 271 pessoas, das quais 239 adultos foram encaminhados à Central de Triagem da Marambaia, e, posteriormente, às unidades prisionais, onde aguardam a audiência de custódia. Os adolescentes já foram cadastrados, ouvidos e entregues às suas famílias. O procedimento será finalizado e remetido à Justiça.
Todos os detidos foram apresentados à Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), da Polícia Civil, onde foram ouvidos e autuados pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal e danos. Além deles, 32 adolescentes foram apreendidos e encaminhados à Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data).
O caso prossegue sob investigação da Delegacia de Proteção ao Torcedor e de Grandes Eventos (DPTGE).
Fonte: PCPA