O aluno de 13 anos que matou uma professora a facadas e deixou outras quatro pessoas feridas durante um ataque a uma escola estadual de São Paulo, nesta segunda-feira, 27, disse em depoimento à polícia que estava planejando o atentado há 2 anos, e que teria se inspirado nos massacres de Suzano, na Grande São Paulo, em 2019, e também no de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999.
Durante o atentado da manhã de hoje, a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu após ter sido atingida por dez golpes de faca pelo estudante. Ainda durante o ataque, outros três professores e um aluno ficaram feridos pelo adolescente. De acordo com a polícia, três dos feridos já tiveram alta e um continua internado. O aluno foi apreendido pela Polícia Militar e levado para a delegacia.
Em seu depoimento à polícia que contou com a presença dos pais, o estudante contou que sentia tristeza “há muitos anos” e que há pelo menos dois anos ele teria começado a ter ideias “de se vingar” com o intuito de “acabar com toda a angústia que sentia.”
O adolescente contou às autoridades que sofria bullying por causa da sua aparência física na Escola Estadual Thomázia Montoro, local onde o crime aconteceu, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, e também em outras unidades de ensino em que estudou anteriormente.
Segundo ele relatou, ele era chamado de “rato de esgoto” e, devido a isso, ele teria brigado e xingado um colega de escola de “macaco” na última semana. O estudante revelou que a professora assassinada por ele hoje, foi responsável por apartar a briga.
Questionado sobre o que ele acreditava ser a “vingança”, o adolescente contou que sua “vontade era matar pessoas, aproximadamente umas duas, e depois se matar”, segundo parte do seu depoimento, adquirido pelo site Metrópoles.
EM seu depoimento, o menino relatou ao delegado que se teria se inspirado em outros massacres ocorridos que aconteceram em escolas, principalmente no “Massacre de Suzano”, ocorrido em março de 2019, o qual dois estudantes teriam matado sete pessoas e depois cometeram suicídio. No ataque de hoje de manhã, o garoto usava uma máscara de caveira parecida com a que foi utilizada pelos assassinos naquele atentado.
Arma de fogo
Ainda de acordo com o estudante, sua vontade era de realizar o atentado “com uma arma de fogo.” Ele contou que tentou adquirir uma arma pela internet nos últimos dois anos em que esteve planejando o ataque, mas acrescentou que “seus planos sempre falharam.”
Como não conseguiu a arma de fogo, ele decidiu colocar seu plano em ação com uma faca.
“Há uma semana, [o adolescente] estava muito ansioso para agir logo e acabar o mais rápido [possível] com tudo. Ontem, domingo, pensou ‘de amanhã não passa’”, diz trecho do depoimento.
Segundo o adolescente, no domingo, 26, ele pegou a maior faca que havia encontrado na cozinha de sua casa e guardou junto com a máscara e roupa que ele usaria no ataque.
Em seu depoimento ele relatou que ao acordar hoje, 27, ele tirou e postou fotos segurando a faca que usaria no crime, em um perfil que ele usa o sobrenome de um dos envolvidos no Massacre de Suzano.
Na legenda das publicações ele escreveu que iria fazer “uma baguncinha na escola.” E ainda acrescentou ao delegado que teria escolhido suas vítimas de forma aleatória. “Apenas queria atingir a vários e se matar em seguida”, diz trecho do depoimento.
Suspensão
O menino contou que foi suspenso da Escola Estadual José Roberto Pacheco, porque trocava vídeos sobre massacres em escolas com um outro aluno.
A direção da unidade de ensino teria alertado a polícia sobre o “comportamento suspeito” do menino, um mês antes do ataque de hoje, através de um boletim de ocorrência.
No documento a escola conta que o menino de 13 anos vinha “apresentando um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos”.
Fonte: Roma News