Nesta quarta-feira (12), completa-se 20 anos do assassinato da missionária Dorothy Stang, um dos símbolos da luta pela reforma agrária no Brasil. A religiosa norte-americana, naturalizada brasileira, foi morta a tiros em 2005, no município de Anapu, no Pará, por defender pequenos agricultores contra a grilagem e o desmatamento ilegal na Amazônia.
Irmã Dorothy dedicou mais de duas décadas à defesa dos trabalhadores rurais e da floresta, integrando a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Sua atuação incomodava fazendeiros e grileiros da região, resultando em constantes ameaças de morte. Mesmo ciente dos riscos, ela seguiu denunciando a violência no campo e promovendo projetos sustentáveis para a agricultura familiar.
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No dia 12 de fevereiro de 2005, a missionária foi abordada por pistoleiros em uma estrada vicinal de Anapu. Segundo testemunhas, antes de ser executada, ela leu trechos da Bíblia para os assassinos. O crime chocou o país e teve repercussão internacional, pressionando autoridades a tomarem medidas contra a violência no campo.
A investigação apontou que a morte de Irmã Dorothy foi encomendada por fazendeiros locais. Seis pessoas foram condenadas pelo assassinato, incluindo os mandantes, mas parte das penas foi posteriormente reduzida.
Duas décadas depois, seu legado segue vivo. Projetos de agricultura sustentável e defesa dos direitos dos trabalhadores rurais continuam sendo promovidos na região, inspirados em seus ideais. No entanto, conflitos agrários e ameaças a lideranças camponesas persistem, evidenciando que a luta de Irmã Dorothy ainda está longe de acabar.
Movimentos sociais, organizações religiosas e defensores dos direitos humanos realizam, nesta quarta-feira, atos em memória da missionária, reforçando a importância de sua trajetória e da continuidade da luta pela justiça no campo.
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Fonte: Diário do Caeté