No Pará 38,95% dos adultos estão endividados, segundo dados do último mapa da inadimplência e renegociação de dívidas divulgado pela Serasa, referente a dezembro do ano passado. O número está abaixo da média nacional, que registra que 42,76% da população adulta brasileira apresenta endividamento. Boa parte desses débitos (28,7%, em todo o País), segundo o mapa, está relacionada ao uso de cartões de crédito. Esse é um dos focos do Mutirão de Negociação e Orientação Financeira, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Banco Central, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o País. A campanha começa no próximo dia 1º e segue até o dia 31 de março.
Durante o evento, os consumidores poderão negociar dívidas no cartão de crédito, mas também no cheque especial, crédito consignado e outras modalidades de crédito em atraso com bancos ou financeiras, à exceção das que tenham bens dados em garantia, como veículos, motocicletas e imóveis. Os descontos e prazos especiais de pagamento ficarão a critério de cada instituição participante.
Oportunidade para quitar as dívidas
Para o economista Genardo Chaves de Oliveira, os consumidores endividados devem aproveitar as oportunidades de mutirões para quitar as dívidas, pois eles, em geral, apresentam descontos únicos, prazos especiais e diversas possibilidades de acordos. “Existe a possibilidade sonhada de quitações integrais, no caso da maioria dos consumidores atendidos. Facilidades que os sistemas bancários proporcionam pela alteração nas taxas e o diálogo sobre contrapropostas dos devedores. Além disso, nesses mutirões, normalmente, o consumidor ainda recebe um auxílio educativo sobre finanças e cuidados para evitar o endividamento e a renegociação”, pontua.
É exatamente isso o que propõe a página sobre o Mutirão Nacional na internet, onde, além de orientações sobre como participar da campanha, há conteúdos exclusivos sobre orientação financeira e acesso a outros canais, como o Registrato, sistema do Banco Central por meio do qual é possível acessar a lista de dívidas em nome do consumidor perante as instituições financeiras.
Segundo Genardo, para evitar o endividamento, é fundamental que na hora de fazer dívidas, como financiamentos de longo prazo, o consumidor também atente para a escolha do menor número de parcelas possíveis, entre outros cuidados. “É recomendável comprometer até, no máximo, 30% da renda mensal familiar para a realização de empréstimos, caso contrário, a pessoa poderá afetar os gastos de necessidade básica, podendo faltar durante algum momento do mês corrente. Além disso, é preciso diminuir gastos desnecessários”, apontou.
Como fazer a negociação?
No período da campanha, a negociação poderá ser feita diretamente com o banco ou financeira usando os canais oficiais da instituição ou pelo portal ConsumidorGovBr, que o consumidor acessa por meio de sua conta prata ou ouro.
No último Mutirão, realizado entre 1º e 30 de novembro de 2022, 2,3 milhões de contratos foram renegociados pelos bancos em todo o País.
Confira o passo a passo de como negociar no Mutirão:
1 – O primeiro passo é acessar a plataforma Registrato, do Banco Central, onde o consumidor pode consultar gratuitamente empréstimos e financiamentos existentes em seu nome.
2 – Constatada a dívida com bancos e financeiras, deve procurar os canais oficiais das instituições ou o portal ConsumidorGovBr, que o consumidor acessa por meio de sua conta prata ou ouro, para fazer a negociação.
3 – No momento da negociação, o consumidor deve informar a dívida que pretende quitar e perguntar quais são as condições oferecidas para a sua quitação.
4 – Caso o consumidor concorde com o que foi proposto, um acordo de negociação será assinado. Caso não concorde, pode fazer contrapostas para chegar a um acordo que caiba no seu bolso.
Confira também os bancos e instituições participantes do Mutirão:
Banco do Brasil;
Banco Carrefour;
Banco BMG;
Banco Inter;
Banco Original;
Banco Semear;
Banco do Estado do Pará – Banpará;
Banrisul;
Bradesco;
Caixa Econômica Federal;
Cetelem;
Daycoval;
Digimais;
Inbursa;
Itaú;
Paraná Banco;
Santander;
Senff.
Fonte: Oliberal