A partir do dia 7 de agosto de 2025, entra em vigor o Reajuste Tarifário Anual da Equatorial Pará Distribuidora de Energia, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O aumento médio será de 3,74% para os consumidores atendidos pela concessionária no estado.
O reajuste é dividido por classe de consumo. Para consumidores conectados em baixa tensão, como residências e pequenos comércios, o aumento médio será de 3,57%. Já para os consumidores de alta tensão, como indústrias, o reajuste será de 4,50%.
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O anúncio provocou críticas e preocupação entre os consumidores paraenses, especialmente os de baixa renda. Muitos relatam que o aumento, ainda que menor do que o previsto anteriormente, representa mais um peso no orçamento doméstico. Pequenos empresários também se dizem preocupados com os impactos nos custos operacionais.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), a tarifa de energia elétrica residencial no Pará acumulou alta de cerca de 81,6% entre 2016 e 2025. No mesmo período, a inflação oficial ficou em torno de 56%, o que evidencia um descompasso entre os reajustes tarifários e o poder de compra da população.
O reajuste é um procedimento regulatório previsto nos contratos de concessão. Ele leva em consideração custos com aquisição de energia, encargos setoriais, distribuição e outros componentes financeiros. O objetivo, segundo a Aneel, é manter o equilíbrio econômico-financeiro da concessionária.
Em 2024, os consumidores paraenses tiveram uma redução de 2,63% na tarifa residencial, após acordo entre a distribuidora, Aneel e entidades locais. Já neste ano, a proposta inicial de aumento era mais elevada, chegando a mais de 9%, mas foi revista após pressões de órgãos estaduais e da sociedade civil.
Contestação e críticas institucionais
O governo do Pará contestou judicialmente o reajuste inicialmente proposto, alegando que o aumento era desproporcional diante da realidade econômica do estado. Após negociações, o índice foi reduzido para os atuais 3,74%.
Ainda assim, lideranças políticas, movimentos sociais e especialistas questionam a coerência dos reajustes, especialmente considerando que o Pará é um dos maiores produtores de energia do Brasil, mas continua com tarifas elevadas para o consumidor final.
O reajuste afeta diretamente os gastos mensais de famílias e empresas. Consumidores relatam a necessidade de economizar ainda mais no uso da energia ou de reduzir despesas em outras áreas. Pequenos comércios também preveem dificuldades para manter seus custos operacionais sem repassar parte desse impacto ao consumidor.
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Fonte: Diário do Caeté