A Polícia Federal resgatou, na manhã desta sexta-feira (2), cinco trabalhadores em situação análoga à escravidão no município de Ipixuna do Pará, nordeste do Estado. Desde 29 de maio, já foram realizadas seis operações em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e auditores do Trabalho, abrangendo propriedades localizadas nos municípios de São Miguel do Guamá, Paragominas, Ulianópolis e Tomé-Açu, para apurar fatos de inquéritos e novas denúncias.
Segundo a PF, em quase todas as visitas foram encontradas irregularidades trabalhistas degradantes, como ausência de equipamentos de proteção individual e de primeiros socorros, entre outras, nos mais diversos estabelecimentos – hospital, madeireira, escola e obras de construção. No último dia de operação, porém, cinco agricultores foram encontrados em situação ainda mais grave.
Os trabalhadores resgatados ficavam confinados no local 24 horas por dia, com portões os fechados à cadeados, sob ameaça de demissão caso saíssem. Tinham o mesmo ambiente para dormir, fazer refeição e necessidades fisiológicas, dividindo espaço com óleos e produtos químicos. Diariamente eram levados na caçamba de um caminhão para cuidar das plantações de soja e milho, em jornadas excessivas.
Os cinco foram retirados recolhidos e colocados sob responsabilidade do MPT, que também autuou três responsáveis por fazendas visitadas nas operações. Eles são investigados e podem ser indiciados pelo crime de submissão à condição análoga à escravidão.
A Polícia Federal também investiga o caso de um trabalhador que teve o pé amputado por máquina, enquanto trabalhava em uma das fazendas, há cerca de dois meses. Recuperado do ferimento, ele permanece sem trabalhar.
Fonte: Oliberal