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‘Urubu Cheiroso’ volta às ruas para festejar 30 anos de folia em Bragança

O bloco ‘Urubu Cheiroso’ é sinônimo de Carnaval na cidade de Bragança, no Nordeste paraense. Com três décadas de história, os foliões do bloco celebram nos próximos dias 20 e 21 a trajetória de 30 anos da brincadeira de rua. Ao contrário da tendência do uso de abadás em blocos, o ‘Urubu Cheiroso’ prefere estimular a criatividade dos brincantes, com o lema: “Carnaval com alegria só se faz com fantasia”.

A entrada é gratuita no ‘Urubu Cheiroso’, e a expectativa da organização neste ano, na “segunda-feira gorda”, é de reunir 2 mil pessoas, como resultado dos dois últimos anos, em que o bloco não desfilou em razão da pandemia de covid-19. “Para participar da festa, basta ter criatividade e se fantasiar. A regra se tornou a principal atração do bloco que promove um desfile de pierrôs, colombinas, heróis e palhaços pelas ruas de Bragança, atrás do urubu mais perfumado do Pará”, divulgou os organizadores do evento.

A concentração do bloco é na Praça da Aldeia, ao lado do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), no bairro da Aldeia. O cortejo segue em direção ao Largo de São Benedito, animado por uma banda de fanfarra chamada Orquestra Urubofônica do Caeté.

Um dos coordenadores do bloco, o professor Josinaldo Reis, conhecido como Tio Bill, destaca as características específicas do ‘Urubu Cheiroso’. “”O nosso bloco tem vários diferenciais. Um deles é dar a liberdade para o brincante escolher a sua fantasia para participar da festa. Pode ser improvisada, pode ser produzida, vale a criatividade. O outro é o resgate das marchinhas de carnaval pela nossa banda de fanfarra”, afirma.

Para identificar quando o bloco está chegando, basta procurar o mascote-símbolo, um urubu de dois metros de altura, de asas abertas, que passeia à frente do cortejo borrifando água de cheiro sobre os foliões.

pedagogo Plínio Quadros, que acompanha há 29 anos o bloco desfilando em frente de sua casa, diz que, em seus 41 anos de vida, não encontrou ainda “bloco mais irreverente que este”. “Era uma festa aqui do bairro, depois virou de Bragança. E agora esta praça (praça da Aldeia) fica tão cheia que os moradores aqui da Aldeia passam metade do ano comentando sobre as fantasias e a outra metade esperando chegar o próximo carnaval”, diz o morador de Bragança.

Protesto por meio do Carnaval criou o ‘Urubu Cheiroso’

O bloco do Urubu Cheiroso foi criado em 1993 por alunos do campus recém-inaugurado da Universidade Federal do Pará, em Bragança. O bloco é uma mistura de folia e protesto. O campus da UFPA, instalado à época em uma antiga escola municipal, ficava em frente ao matadouro da cidade. O odor que exalava do local e a presença dos muitos urubus que incomodavam os vizinhos do bairro da Aldeia motivaram um grupo de estudantes a organizar o ato.

A passeata pelas ruas do centro de Bragança até a Prefeitura acabou ocorrendo com faixas e música; e um dos manifestantes, fantasiado de urubu, virou o símbolo irreverente da queixa contra o matadouro. O protesto que durou horas na frente da prefeitura resultou no fechamento do local. Revitalizado, o prédio histórico agora abriga a biblioteca da UFPA em Bragança.

Na segunda-feira gorda, o cortejo do Urubu Cheiroso refaz o mesmo percurso de 30 anos atrás, partindo da praça da Aldeia até o largo de São Benedito, onde os foliões fantasiados – e perfumados – se juntam à programação oficial da prefeitura.

Serviço

Bloco do Urubu Cheiroso

Grande Cortejo na segunda-feira, 20 de fevereiro

Concentração no Complexo Rosa Blanco, praça da Aldeia, às 15 horas

Gratuito

 

Urubuzinho

Programação infantil com fanfarra, pintura facial e brincadeiras

Domingo, 19 de fevereiro, às 15h

Gratuito

 

Fonte: Oliberal

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